segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

TAP e a sua venda



A possibilidade de venda da transportadora aérea foi falada pela primeira vez em 1991 mas foi só no início de 2000 que esta temática ganhou alguma força. Existiu um acordo assinado entre a TAP e a Swissair, e falou-se na altura dos valores envolvidos que iriam ser pagos pelos suíços por uma parte da empresa. Mas este negócio, que acabou trazer o actual Presidente da Companhia o brasileiro Fernando Pinto para Portugal, acabou por não se concretizar. Após duas décadas de promessas de privatização da TAP será que é desta que o Estado se desfaz da companhia de aviação de bandeira que continua sem gerar as receitas suficientes para se manter?

As dúvidas persistem quanto á possível venda, embora o estado Português, pressionado pelos compromissos assumidos com a troika, e pela ideologia neo-liberal deste Governo, parece estar muito perto de concretizar o negócio com o milionário colombo-brasileiro-polaco Germán Efromovich. Mas parece existirem ainda muitas dúvidas quanto ao desfecho desta situação.

 

Efromovich, o único

“ Desde o início de 2012, e especialmente a partir do momento em que a venda começou a ganhar mais forma, intensificou-se o ruído sobre a corrida à TAP. Surgiam interessados de todo o lado, da Qatar Airways a fundos de investimento asiáticos, sem esquecer o gigante IAG. Durante alguns dias, correu mesmo o rumor de que três investidores tinham feito ofertas preliminares de compra. Mas a realidade era outra.

Houve apenas um candidato, o milionário colombo-brasileiro Germán Efromovich, através da holding Synergy – um grupo com interesses em vários sectores e que detém 100% da Avianca Brasil e 67% da Avianca (que junta a colombiana Avianca e a peruana Taca). A haver encaixe para o Estado com esta privatização, não pagará taxas por excesso de peso na bagagem. É que a TAP tem os capitais próprios (diferença entre activo e passivo) negativos em cerca de 500 milhões de euros e uma dívida que ronda 1,2 mil milhões.

Tem, porém, atributos que encaixam na perfeição nos planos de Efromovich, permitindo-lhe fazer um casamento de sonho entre a Europa e a América Latina. O investidor já disse que não pretende mudar o apelido da “noiva”, como o próprio se refere à TAP, nem desmantelar o principal activo da companhia: o hub [placa giratória] de Lisboa

Esta semana termina a auditoria que o colombo-brasileiro está a fazer à transportadora aérea para servir de base à proposta final de compra que terá de fazer ao Governo até às 12h de 7 de Dezembro. Efromovich diz que só recuará “se o atirarem pelas laterais”. Mas o executivo tem vincado que poderá desistir a qualquer momento do negócio, caso a proposta não satisfaça os interesses do país. No entanto, além de estar pressionado pela troika a cumprir o programa de privatizações, o Governo também tem de fechar o capítulo da TAP para poder concluir com sucesso a venda da gestora aeroportuária ANA, para a qual há neste momento cinco candidatos com data limite para entrega das propostas vinculativas a 14 de Dezembro. Apesar das dúvidas, há agora demasiado em jogo para deixar que a alienação da companhia de aviação volte a constar na lista das promessas por cumprir.” In http://www.publico.pt/economia/noticia/gabinetes-de-jose-dirceu-promoveram-a-entrada-de-efromovich-na-tap-1577654

Por todas estas situações muito pouco clarificadas e com um único interessado, não será melhor com alguma calma e discernimento verificar todos os prós e contras desta venda e dos efeitos que poderão ter na nossa economia. Numa futura venda de uma companhia com esta dimensão é bom haver sempre “dois galos” a lutar pelo poleiro, o que acontece aqui é precisamente ao contrario, é um Portugal quase a pedir por amor de deus, para que este Sr. Efromovich concretize o negócio, uma vez mais por pressão da Troika e pelo que foi assinado no memorando de entendimento, no entanto o tempo só corre a favor de um lado.

Será que este Sr. quer mesmo comprar a companhia e manter o tal HUB que é a placa giratória para outro País, isto porque a TAP vale também por este aspecto. Acho que existe muita indefinição quanto á venda da companhia e também em que moldes. Penso neste momento não existir condições para que se faça uma venda e que se seja pago o real valor desta companhia.

Até lá, sejam felizes… se a Troika, Gasparzinho, Coelinho e Relvinhas vos deixar!!!

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